terça-feira, 20 de agosto de 2024

Um pedaço da família na Serra Gaúcha

Entre tantas notícias tristes que chegaram do Rio Grande do Sul em meados deste ano, pelo menos uma  foi uma surpresa agradável: descobrimos uma ramo da família (pelo lado dos Trevisan), florescendo em Paraí, município da Serra Gaúcha. 
Foi por meio de contatos feitos por Jeremias Trevisan, que descobrimos que o trisavô dele, Antonio Trevisan, era irmão de Ferdinando Trevisan, meu trisavô. Antonio teria imigrado em outro momento, indo para o Rio Grande do Sul. 

Consultando cartórios e com a ajuda de uma prima de São Paulo, Daniela Trevizan, conseguimos encontrar e emitir a segunda via da certidão de óbito de Ferdinando Trevisan em Jaú-SP, onde constava o nome dos pais dele, Nicola (ou Niccolò) Trevisan e Antonia Danuta. Apesar de pequenas variações de grafia, os nomes dos pais de Ferdinando correspondem aos nomes conhecidos dos pais de Antonio. 

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

sábado, 24 de abril de 2021

Livro de registro de matrimônio de Luigi Domenico Saro e Elisa Boccalon

 




























Imagem do livro de registro de matrimônio de meus bisavós paternos Luigi Domenico Saro e Elisa Boccalon. Aqui está escrito que os pais dela eram Antonio Boccalon e Anna Meantto, nomes que não aparecem no estrato de certidão que eu tinha obtido do cartório na Itália. Quem agregou esse documento aos nossos registros no site FamilySearch ( da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias) foi um primo de segundo grau chamado Oswaldo Campagnaro, neto da minha tia-avó Emiliana Trevisan, irmã de minha avó. Todos moravam em Portogruaro à época, onde se deu a cerimônia de casamento. Numa das certidões de inteiro teor que solicitei recentemente, o casamento (possivelmente religioso) é indicado como tendo sido em Summaga, um vilarejo que hoje deve ter por volta de 2.000 habitantes e que pertence a Portogruaro. Eles se casaram exatamente no dia 24 de abril de 1887, às 13h10, que naquele ano caiu num domingo. 

Itirapina ou "Tira Pina!" ?

Fotos de Nivaldo Matias.

Itirapina é uma cidade no interior do Estado de São Paulo com pouco mais de 16.000 habitantes. Ela fica a 215 km da Capital. Ela chegou a ter uma estação de trem ativa que pertencia à antiga Companhia Paulista de Estradas de Ferro (http://www.estacoesferroviarias.com.br/i/itirapina.htm).

Giuseppina Saro e Girolamo Ceolin, em Aparecida do Norte-SP, 
autor da foto não conhecido (fonte: Family Search)

Meu pai teve uma tia chamada Giuseppina, a tia Pina. Segundo meu pai contava, uma vez, ela e o marido (o tio Girolamo Ceolin) estavam viajando de trem e, no momento que passavam por Itirapina, passava também o carrinho de lanches dentro do trem, ao lado do assento deles. O tio Girolamo disse: "'Tirapina" (informando a estação para a esposa) e ela entendeu que deveria tirar algo do carrinho... Ele acabou tendo de pagar pelo consumo não previsto da esposa.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2020

Primo Saro

Ontem eu descobri que meu bisavô teve um irmão chamado Primo Saro, possivelmente gêmeo do outro irmão, Secondo Saro, mas que não imigrou para o Brasil. Talvez tenha morrido ainda criança... Encontrei no site do Family Search o registro de nascimento abaixo:

Meu primo Leo da Itália nunca soube da existência desse parente e, como ele constatou, não há mais ninguém que possa comprovar esta informação.  

sábado, 18 de abril de 2020

Augustinho Saro

        

Imigrantes italianos em plantação de café em SP no começo do século XX.
 Fonte: Memorial do Imigrante do Brás-São Paulo.

          Meu avô chamava-se Augustinho Saro. Infelizmente não o conheci. Ele nasceu em 1898 em São Pedro-SP e faleceu com pouco mais de quarenta anos em Padre Nóbrega, distrito de Marília, também em SP. Como muitos imigrantes italianos e filhos de imigrantes, ele trabalhou nas lavouras de café do interior do Estado. 

          O atestado de óbito dele informa como causa mortis o termo "gengivas inchadas". Talvez alguma espécie de câncer de boca ou outra doença decorrente da exposição a um defensivo agrícola muito usado no passado no Brasil, o BHC, hoje banido (inclusive na telenovela "O Rei do Gado" há uma citação sobre isso). O BHC era altamente venenoso mesmo para seres humanos e já havia sido proibido nos Estados Unidos. Várias pessoas teriam morrido em decorrência de intoxicação pelo BHC.

         Meu pai contava que ele passou dias na cama antes de falecer. Minha avó lhe fazia uma espécie de mingau porque seria a única coisa que ele conseguia comer. Mas ele já não tinha apetite e meu pai e algum dos meus tios, ainda crianças, davam cabo da tigela de mingau que meu avô até experimentava, mas que não conseguia dar conta. Meu pai ressaltava que ele e seu irmão não tinham qualquer nojo de comer aquele mingau, mesmo tendo sido tocado por alguém doente. Meu pai tinha por volta de nove anos de idade quando meu avô faleceu. 

        Minha avó dizia que ele era muito "pândego" e que sua risada podia ser ouvida ainda da rua, prenunciando que ele estava chegando. Uma vez, quando ela morou um tempo conosco, ela contou a mim e à minha irmã (meio com vergonha) que quem a havia ensinado a fumar teria sido o seu "namorado". No caso, meu avô. 

        Certa vez um homem armado de revolver veio procurá-lo em casa e disse para minha avó que vinha matar meu avô (nunca soubemos o motivo).  Minha avó Eugenia foi chamá-lo apavorada e meu avô veio saber do que se tratava. Ao saber das intenções do visitante, ele abriu a camisa e encostou o peito nu na boca do cano do revolver e disse que se o homem tivesse coragem de atirar que o fizesse (ou coisa do tipo). O cidadão começou a tremer e a chorar e entregou a arma a meu avô, dizendo que meu avô era um homem de verdade e não ele... Meu pai teria estado presente e comentava conosco que naquele dia seu pai tinha feito uma loucura. 

        Os italianos da imigração tinham um costume curioso: as pessoas tinha um nome de batismo (ou de registro civil) e outro nome não oficial no dia-a-dia. Meu pai por exemplo fora registrado como Anésio, mas em casa era chamado de Piero quando era menino. Meu avô foi conhecido por muito tempo apenas como Artur (ou Arturo). 

       Quando ele faleceu, os irmãos de minha avó foram até o cartório da cidade próxima registrar o óbito do cunhado. Chegando lá o tabelião, ao checar os documentos, disse que não podia lavrar a certidão porque a documentação apresentada não era de Artur, mas de Augustinho Saro. E nenhum dos cunhados sabia quem era Augustinho Saro. Só quando consultaram minha avó é que descobriram que esse era o nome dele de fato. 

         Meu pai contava que havia uma única foto do meu avô, mas que a qualidade era ruim e quase não se podia ver o rosto dele. Falava também de um velho chapéu que teria pertencido a ele, mas nunca o vimos. 

Um pedaço da família na Serra Gaúcha

Entre tantas notícias tristes que chegaram do Rio Grande do Sul em meados deste ano, pelo menos uma  foi uma surpresa agradável: descobrimos...