Basilio Trevisan: foto parcialmente restaurada
(fonte: FamilySearch)
Este é meu bisavô paterno, pelo lado da minha avó Eugenia Trevisan. Chamava-se Basilio Trevisan, nasceu em 09 de outubro de 1876 em Cessalto, Treviso, Região do Vêneto, Itália. Era filho de Ferdinando Trevisan e Luigia Pelizzer e veio para o Brasil em 1887 no navio Bretagne, com os pais e irmãos. Encontrei essa foto hoje, numa busca na base de dados da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, também conhecida por Mórmons. Foi uma grata surpresa ver o rosto de uma pessoa que eu só conhecia de ouvir falar.
Meu pai contava que ele era um homem cheio de manias, como a de cultivar um enorme bigode que assobiava quando ele bufava de raiva. Uma vez alguns amigos seus pediram que o barbeiro aparasse as pontas do bigode, enquanto ele estivesse cortando cabelo, por farra. Dizem que ele ficou furioso. Também tinha o hábito de fechar com arame o bolso do paletó onde colocava o dinheiro e esconder debaixo do travesseiro quando ia dormir. Quando houve a alteração da moeda de réis para cruzeiro, ele pediu ao meu pai e meus tios para conferirem se o dinheiro dele ainda tinha valor.
Era um homem muito forte. Segundo meu pai, ele fabricava vassouras e ao amarrar os feixes de fibra ele puxava o arame com os dentes para dar aperto. O arame fazia inclusive um harpeado enquanto esticava.
Meu pai contava também que ele gostava de fumar um cachimbo de cerâmica que teria ganhado como presente de casamento de alguém da Itália, ao qual chamava de "pita" (foto abaixo). Esse cachimbo existe até hoje e está na casa de um primo distante chamado Laércio Trevizan, que mora no Ipiranga, em São Paulo. É feito de porcelana e metal e mede entre 25 e 30 cm. Há uma inscrição nele que diz "ricordo d'Italia".
A "pita", foto de Laércio Trevizan.
Meu pai contava também que este bisavô costumava usar a fivela do cinto ao contrário, nas costas. Basilio Trevisan faleceu de um AVC em 16 de setembro de 1959, em Tupã, interior de São Paulo.
Túmulo de Basílio Trevisan, em Tupã-SP (foto de Everaldo Trevizan).
Foi casado com Teresa Masiero e além de minha avó eles tiveram outros dez filhos: Fernando, Emilia (ou Emiliana), João (que meu pai chamava de "tio Gioanni"), Tereza, José, Pedro, Rosa, Olga, Guilherme e Avelino.